Bye bye, Velho Mundo

terça-feira, 29 de agosto de 2017

É isso... Bye bye, Velho Mundo!Pensei em fazer um apanhado geral sobre o século XX, citando várias revoluções... Governamentais, comportamentais, pessoais e espirituais, mas conclui que muitas pessoas já fizeram isso muito bem por aí, basta procurar em sites, blogs e em livros. Sim, livros, porque sou do tempo dos livros.Então, dei uma acelerada histórica e vim parar no século XXI.

Lembro de uma conversa que tive com amigas que costumavam se reunir sob a lua, regadas a vinho, gargalhadas e papos-cabeça. Eram os primeiros anos do novo século e começávamos a notar as diferenças marcantes que já se apresentavam. Eu era a caçula do grupo ... Uma dessas amigas já partiu para o outro lado e a mais velha hoje já passou dos 70 anos. Nossos interesses pela espiritualidade e por assuntos que chamamos "o caminho feminino" nos uniam.

Nesta conversa, uma de minhas amigas, nascida na antiga Tchecoslováquia, nos contava sobre um livro, ainda sem tradução para a língua portuguesa, que dizia que estava chegando um tempo em que as dimensões se mesclariam e veríamos fatos incríveis acontecerem. Parte da humanidade viveria no Antigo Mundo, parte no Novo Mundo e algumas pessoas conseguiriam transitar "entremundos", observando os dois lados da história.

Na época, imaginei tratar-se de um fenômeno mágico com aspectos fantasiosos, como se fosse possível ver pessoas como fantasmas. Também levantei a hipótese de um desaparecimento de parte da humanidade sob o ponto de vista da outra parte. Estariam dois grupos de seres humanos habitando a Terra, mas sem se tocar, interagir, enxergar.

Quase 20 anos se passaram, a parte fantasiosa se desfez (ou não sou uma das pessoas que vê "fantasmas"), mas hoje, voltando para casa depois do trabalho, tive um insight que me permitiu perceber com clareza que o mundo está dividido, talvez não em duas partes, mas fragmentado em múltiplas pequenas civilizações.

Senti uma certa dor, confesso, uma dor de parto. O meu próprio parto. Não existem mais as referências que me acompanharam no decorrer da vida, não existe mais o que chamávamos de "normal", pelo menos para mim e para várias pessoas que conheço. Enquanto um outro tanto de pessoas continua vivendo no Velho Mundo, se restringindo a reclamar que tudo está estranho, ruim ou sofrendo as dores típicas de uma resistência interna em perceber mudanças.

Não há como retornar... Nossos corpos estão transformados, apresentam sintomas e características nunca experimentados antes. Nossas mentes estão aceleradas e é preciso vigilância constante para mantê-la em harmonia. Nossas emoções em alguns casos esfriaram e em outros mostram-se confusas, perdidas e assustadas. A velha frase "mas isso nunca aconteceu comigo antes" tornou-se repetitiva, tediosa, reflexo da resistência em perceber que nada mais é como antes.

Quem está mais confortável? Quem percebe as mudanças ou quem insiste em negá-las? Nenhum dos dois lados... O planeta Terra saiu da zona de conforto e o único lugar onde ainda temos a chance de encontrar o conforto positivo, aquele que nos realimenta, realinha e protege é dentro de nós.

Houve um tempo em que vivíamos de certezas... A certeza da medicina, a certeza da ciência, a certeza da religião, a certeza das regras e normas consideradas corretas. Não temos mais nada disso. O ser humano atingiu a maioridade e não pode mais viver sob as asas seguras de seus pais, a estrutura de uma civilização. Agora temos que assumir a responsabilidade sobre nosso próprio caminho e cada ser tem um caminho e cada ser espelha na sua realidade cotidiana aquilo que vibra em seu campo de energia.

Não existem mais os conselhos que servem para todos, nem os métodos, nem as respostas coletivas. E nosso grande desafio é encontrar nossas próprias respostas, sem a esperança de que alguém (alguma autoridade, alguém muito esperto, alguma lei ou livro sagrado) diga que estamos certos e nos dê "tapinhas nas costas".

Entre melacólica, saudosista, e idealista, acreditando que este é um grande salto de evolução, sigo meu caminho. Com uma única certeza, baseada no poeta: "sei que nada será como antes amanhã ou depois de amanhã".

A imagem veio daqui

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